terça-feira, 2 de junho de 2009

ESPECIAL - FITOTERAPICOS UTILIZADOS NO SUS

Fitoterápico

Um medicamento fitoterápico é aquele alcançado de plantas medicinais, onde utiliza-se exclusivamente derivados de droga vegetal[1] tais como: suco, cera, exsudato, óleo, extrato, tintura, entre outros.[2] O termo confunde-se com fitoterapia ou com planta medicinal que realmente envolve o vegetal como um todo no exercício curativo e/ou profilático. Os fitoterápicos são medicamentos industrializados, onde são tratados através de legistação específica.[3]São uma mistura complexa de substâncias, onde, na maioria dos casos, o princípio ativo é desconhecido.[4]
O simples fato de coletar, secar, estabilizar e secar um vegetal não o torna fitoterápico. Deste modo, vegetais íntegros, rasurados, triturados ou pulverizados, não são considerados medicamentos fitoterápicos,[2] em outras palavras, uma planta medicinal não é um fitoterápico. Também não são considerados fitoterápicos os chás, medicamentos homeopáticos e partes de plantas medicinais.[5]
Assim como outros medicamentos, os fitoterápicos quando utilizados de forma incorreta podem proporcionar problemas de saúde.


Definição de órgãos regulatórios
Fitoterápico, segundo a RDC n°48 de 16 de março de 2004 da Anvisa é o medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais.[6]
Segundo a OMS, os medicamentos fitoterápicos são aqueles preparados com substâncias ativas presentes na planta como um todo, ou em parte dela, na forma de extrato total.[7]

Utilização na saúde pública
No Brasil, o Ministério da Saúde, torna disponível a utilização de medicamentos fitoterápicos na saúde pública. Desde 2007, as prefeituras brasileiras podem adquirir espinheira santa, utilizada no tratamento de úlceras e gastrites e guaco para sintomas da gripe, como a tosse, ambos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.[8][9]
Através da Portaria interministerial (2.960/2008) assinada pelo Ministério da Saúde do Brasil e outros nove ministérios (Casa Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Cultura; Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior; Integração Nacional; Meio Ambiente; e Ciência e Tecnologia) foi criado o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com objetivo de ampliar a utilização deste tipo de medicamento pelo SUS.[10]
Também em janeiro de 2009, o Ministério da Saúde do Brasil divulgou uma lista com 71 plantas que podem ser utilizadas como medicamento fitorerápico.[11]Eis a composição da lista:
Nome científico
Nome popular
Uso
Achillea millefolium
Mil-folhas, Dipirona
Combate úlceras, feridas, analgesica


Allium sativum
Alho
Anti-séptico, Antiiflamatório e Anti-hipertensivo


Aloe spp (A. vera ou A. barbadensis)
Babosa, áloes
Combate caspa, calvíce e é antisseptico, tira lendia de piolhos e é cicatrizante


Alpinia spp (A. zerumbet ou A. speciosa)
Colônia
Anti-hipertensivo


Anacardium occidentale
Caju
Antisseptico e cicatrizante


Ananas comosus
Abacaxi
Mucolítica e fluidificante das secreções e das vias aéreas superiores.


Apuleia ferrea = Caesalpinia ferrea
Jucá, pau-ferroverdadeiro, ibirá-obi
Infecção catarral, garganta, gota, cicatrizante


Arrabidaea chica
Crajirú, carajiru
Afeções da pele em geral (impigens), feridas, Antimicrobiano


Artemisia absinthium
Artemísia
Estômago, fígado, rins, verme (lombriga e oxíuru, giárdia e ameba)


Baccharis trimera
Carqueja, carquejaamargosa
Combate feridas e estomáquico


Bauhinia spp (B. affinis, B. forficata ou variegata)
Pata de vaca
Bidens pilosa
Picão
Combate úlceras


Calendula officinalis
Bonina, calêndula, flor-de-todos-osmales, malmequer
Feridas, úlceras, micoses


Carapa guianensis
Andiroba, angiroba, nandiroba
Combate úlceras, dermatoses e feridas


Casearia sylvestris
Guaçatonga, apiáacanoçu,bugre branco, café-bravo
Combate úlceras, feridas, aftas, feridas na boca


Chamomilla recutita = Matricaria chamomilla = Matricaria recutita
Camomila
Combate dermatites, feridas banais


Chenopodium ambrosioides
Mastruz, erva-de-santa- maria, ambrosia, erva-debicho, mastruço, menstrus
Corrimento vaginal, antisseptico local


Copaifera spp
Copaíba
Antiinflamação


Cordia spp (C. curassavica ou C. verbenacea)
Erva baleeira
Antiiflamatoria


Costus spp (C. scaber ou C. spicatus)
Cana-do-brejo
Combate leucorréia e infição renal


Croton spp (C. cajucara ou C. zehntneri)
Alcanforeira, herva-mular, péde-perdiz
Combate feridas, úlceras


Curcuma longa
Açafrão


Cynara scolymus
Alcachofra
Combate ácido úrico


Dalbergia subcymosa
Verônica
Auxiliar no tratamento de inflamações uterinas e da.anemia


Eleutherine plicata
Marupa, palmeirinha
Hemorróida, vermífugo


Equisetum arvense
Cavalinha
Diurético


Erythrina mulungu
Mulungu
Sistema nervoso em geral


Eucalyptus globulus
Eucalipto
Combate leucorréia


Eugenia uniflora ou Myrtus brasiliana
Pitanga
Diarréia


Foeniculum vulgare
Funcho
Anti-séptico


Glycine max
Soja
Sintomas da menopausa, oesteoporose


Harpagophytum procumbens
Garra-do-diabo
Artrite reumantoide


Jatropha gossypiifolia
Peão-roxo, jalopão, batata-de-téu
Antisseptico, feridas


Justicia pectoralis
Anador
Cortes, afecções nervosas, catarro bronquial


Kalanchoe pinnata = Bryophyllum calycinum
Folha-da-fortuna
Furúnculos


Lamium album
Urtiga-branca
Leucorréia


Lippia sidoides
Estrepa cavalo, alecrim, alecrim-pimenta


Malva sylvestris
Malva, malva-alta, malva-silvestre
Furúnculos


Maytenus spp (M. aquifolium ou M. ilicifolia)
Concorosa, combra-de-touro, espinheira-santa, concerosa
Antiséptica em feridas e úlceras


Mentha pulegium
Poejo


Mentha spp (M. crispa, M. piperita ou M. villosa)
Hortelã-pimenta, hortelã, menta


Mikania spp (M. glomerata ou M. laevigata)
Guaco
Broncodilatador


Momordica charantia
Melão de São Caetano


Morus sp
Amora


Ocimum gratissimum
Alfavacão, alfavaca-cravo


Orbignya speciosa
Babaçu


Passiflora spp (P. alata, P. edulis ou P. incarnata)
Maracujá
Calmante


Persea spp (P. gratissima ou P. americana)
Abacate
Ácido úrico, prevenir queda de cabelo, anti-caspa


Petroselinum sativum
Falsa


Phyllanthus spp (P. amarus, P.niruri, P. tenellus e P. urinaria)
Erva-pombinha, quebra-pedra


Plantago major
Tanchagem, tanchás
Feridas


Plectranthus barbatus = Coleus barbatus
Boldo


Polygonum spp (P. acre ou P. hydropiperoides)
Erva-de-bicho
Corrimentos


Portulaca pilosa
Amor-crescido
Feridas, úlceras


Psidium guajava
Goiaba
Leucorréia, aftas, úlcera, irritação vaginal


Punica granatum
Romeira
Leucorréia


Rhamnus purshiana
Cáscara sagrada


Ruta graveolens
Arruda


Salix alba
Salgueiro branco


Schinus terebinthifolius = Schinus aroeira
Araguaíba, aroeira, aroeira-do-rio-grande-do-sul
Feridas e úlceras


Solanum paniculatum
Jurubeba


Solidago microglossa
Arnica
Contusões


Stryphnodendron adstringens = Stryphnodendron barbatimam
Barbatimão, abaremotemo, casca-da-virgindade
Leucorréia, feridas, úlceras, corrimento vaginal


Syzygium spp (S. jambolanum ou S. cumini)
Jambolão


Tabebuia avellanedeae
Ipê-roxo


Tagetes minuta
Cravo-de-defunto


Trifolium pratense
Trevo vermelho


Uncaria tomentosa
Unha-de-gato
Imunoestimulante, antiinflamatório


Vernonia condensata
Boldo da Bahia


Vernonia spp (V. ruficoma ou V. polyanthes)
Assa-peixe


Zingiber officinale
Gengibre
Tosse

Etapas de desenvolvimento

Etapa botânica
A etapa botânica refere-se à identificação do material vegetal. Esta etapa é de suma importância, pois diferentes espécies podem ter também efeitos diferentes. Também é avaliado a atividade do vegetal, concentração de seus princípios ativos em diferentes épocas e locais de colheita. Um vegetal pode ser confundido com outro muito facilmente.[12]

Etapa farmacêutica
Determina-se e identifica-se as substâncias de valor no vegetal. Assim é criado a forma de preparo correta, garantindo a estabilidade das amostras.[12]

Etapa de ensaios biológicos
O possível medicamento é testado em ensaios farmacodinâmicos, farmacocinéticos e toxicológicos em animais de laboratório.[12]

Etapa clínica
Esta fase é dividida em quatro seguimentos: na primeira etapa o medicamento é usado em poucas pessoas e são avaliados sus farmacocinética, farmacodinâmica, dosagem e local de aplicação; a segunda etapa testa o medicamento em doentes; a terceira etapa prolonga-se o tempo de uso e na última etapa utiliza-se um número maior de pacientes para confirmar as etapas anteriores.[12]

Notas e referências
"Fitoterápico chega à rede básica". . (página da notícia visitada em 18/01/2009)
2,0 2,1 Medicamentos Fitoterápicos, no http://www.anvisa.gov.br ; Acesso 24 de Dez de 2008
"PROJETO INVESTIGA USO DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS VENDIDAS NO MERCADO DE ARACAJU". . (página da notícia visitada em 13/01/2009)
DI STASI, Luiz Cláudio, Editora Unesp, Plantas medicinais: verdades e mentiras: o que os usuários e os profissionais de saúde precisam saber, São Paulo: 2007. Página visitada em 13/01/2009.
FAQ - Fitoterápicos. Página visitada em 22/03/2009.
RESOLUÇÃO-RDC Nº. 48, DE 16 DE MARÇO DE 2004, no http://e-legis.anvisa.gov.br ; Acesso 24 de Dez de 2008
Sobre fitoterapia, no http://www.labcat.com.br ; Acesso 24 de Dez de 2008
"SUS vai ampliar uso de medicamentos fitoterápicos em 2009". . (página da notícia visitada em 13/01/2009)
"MS lança Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos". . (página da notícia visitada em 13/01/2009)
"Programa vai ampliar lista de fitoterápicos oferecidos pelo SUS". . (página da notícia visitada em 13/01/2009)
"Governo lista plantas que poderão virar fitoterápicos". . (página da notícia visitada em 14/02/2009)
12,0 12,1 12,2 12,3 Etapas de desenvolvimento do medicamento fitoterápico. Página visitada em 16/01/2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário